28 de setembro de 2007

Eles não tomam jeito

Tem uma turma no Senado (em em outros lugares) que não toma jeito. Não consegue conviver com a liberdade de expressão dos outros, vai logo processando ou ameaçando processar meio mundo sempre que sofre uma crítica ou quando é publicada uma informação que lhe desagrade.

A vítima agora é o blogueiro Leonardo Sakamoto, coordenador da ONG Repórter Brasil, e a algoz é a Senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

O pano de fundo da questão é o caso da fiscalização do Ministério do Trabalho na Usina Pagrisa, que resultou na autuação da empresa por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão, e a posterior visita de um grupo de senadores à usina, onde o trabalho dos fiscais foi atacado.

Todo apoio ao Leonardo e aos fiscais do Ministério do Trabalho, e que os distintos senadores procurem coisa melhor para ocupar o tempo.

Dica do Idelber.

22 de setembro de 2007

Pedaço de mim

Tem muita gente que não acredita em coincidências. Acha que tudo tem uma razão, um motivo superior, coisas assim. Não é muito a minha praia, mas de vez em quando acontecem fatos que me deixam bem balançado.
Quarta-feira passada bem cedo tive que levar minha caçula a um hospital. Parecia uma gripe mal curada, mas revelou-se um princípio de sinusite. O tal hospital fica no centro de Fortaleza, relativamente próximo à casa onde vivi até o meio da adolescência. Apenas a uma quadra de distância fica o Colégio Cearense, onde estudei todo o ensino básico e o médio. Quando passei defronte ao colégio, mostrei o prédio, dizendo:"O papai estudou aqui, filha!"
Mal sabia eu ...
Hoje, fui surpreendido com uma notícia nos jornais: o Cearense vai encerrar suas atividades ao final deste ano letivo. Motivo: falta de alunos em número suficiente para cobrir os custos.
Sem exagero, foi como se recebesse a notícia da morte iminente de alguém muito próximo. Aliás, é exatamente isso que aconteceu.
Porque aquela não era apenas uma escola, nem aquele apenas um prédio. Aquela era (e ainda é) a minha escola, primeira e única. E aquelas foram as salas, corredores, pátios e quadras que me viram crescer, virar gente, e por onde, por 12 anos, costumava ficar mais tempo do que em casa. Até porque ficar em casa muitas vezes era sofrido demais.
Agora, veio a notícia fatal. O velho Cearense, dos irmãos Maristas, de quase 100 anos de história, vai se tornar apenas isso: história.
Nessa hora, as únicas coisas que me resta a fazer são lamentar e relembrar. Lamentar não ter conseguido realizar um velho desejo, que um dos meus filhos fosse aluno do meu colégio. E relembrar todos os momentos maravilhosos (e também os nem tão maravilhosos assim) que alguém que passou dos 5 aos 17 anos dentre aqueles muros, naquelas velhas carteiras escolares de madeira escura e pesada, junto à colegas que viraram amigos em convivências que que duraram muitas vezes uma década. E onde, é claro, surgiu a primeira paixão, infantil ainda, mas inesquecível como poucas.

10 de setembro de 2007

Galos, noites e varandas

Uns dias atrás, saiu uma reportagem no Diário do Nordeste resenhando uma apresentação do cantor Belchior no Centro Cultural do Banco do Nordeste, aqui em Fortaleza.

Se fosse apenas pelo cantor, já teria valido a pena ler. Minha admiração pelo poeta vem de longe, e cada vez que escuto uma de suas obras parece que descubro uma nova faceta, um novo brilho. Junte isso às lembranças dos tempos de pré-adolescente macambúzio e tímido, que algumas vezes varava as madrugadas na varanda de casa, ouvindo música e pensando na vida (como diria Chico Buarque, "vida, minha vida, olha o que é que eu fiz..."), e as entranhas remexem, com força.

Pra completar o destroço, a matéria era assinada por uma pessoinha que é posseira de um latifúndio no coração desse escriba. Sobrinha, afilhada, companheira de lutas, e agora futura jornalista. Até parece que foi ontem (essa frase parece familiar...) que peguei aquela bebezinha no colo. E hoje ela escreve que é uma beleza. Mara, tudo de melhor no mundo pra você !!!

Falta de assunto não foi

Desde a última semana de agosto eu já deveria estar postando regularmente. Vontade não faltou, nem muito menos faltou assunto. Quase todo dia aparecia algo que merecia alguma consideração. Prova disso é que fiz vários comentários em blogs alheios. Desde o aniversário do Katrina, passando pelo processo do Renan e a campanha do Estadão, por exemplo, andei palpitando por aí.

Porém, até agora, nada havia me retirado da letargia o suficiente para sentar e escrever neste espaço.

Até agora.